quarta-feira, 2 de novembro de 2022

AS TRÊS CRUZES DO CALVÁRIO

 



AS TRÊS CRUZES DO CALVÁRIO 

Lucas 23.33-43                              

Introdução -    Quando viajamos pelas estradas, constantemente vemos cruzes fixadas as beiras das rodovias.

Cruz lembra morte e hoje vamos conversar sobre as três cruzes do Calvário.

Depois de enfrentar um julgamento injusto, de ser maltratado pelos soldados, subjugado pelas autoridades, sempre acompanhado por aquela multidão que contemplou seus milagres e suas curas, Jesus chega ao monte chamado Calvário e ali o crucificam com mais duas pessoas.

A cena do Calvário tinha três cruzes: do lado direto um ladrão, no meio Jesus e do lado esquerdo outro ladrão.

Havia ali naquele lugar três cruzes. O que elas podem significar?

1 – A CRUZ DA DIREITA: A CRUZ DA INCREDULIDADE

As palavras daquele homem, crucificado a direita de Jesus, não eram palavras consoladoras e nem palavras de arrependimento. 39  Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.

Ele não queria salvar a sua alma, queria tão somente salvar o seu corpo daquela cruz, algo que somente aconteceria por um milagre.

Aquele homem, naquele momento de sua vida, ainda estava agindo com incredulidade.

A incredulidade sempre olha para as circunstâncias, para os obstáculos e não para Deus.

Aquele homem estava apenas olhando para a situação de crucificado e pensando em uma forma de se safar daquela situação.

ILUST. Quantas pessoas se aproximam de Jesus quando estão em crise, mas, somente para resolver seus problemas.

Jesus não lhe deu qualquer resposta. Deus não age diante da incredulidade.

E temos um exemplo disso que é a cidade de Nazaré, a cidade em que Jesus Cristo viveu:

1  Tendo Jesus partido dali, foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam. 2  Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?3  Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele (Mc 6.1-3).

No contexto desta passagem Jesus operou milagres maravilhosos.

Ele expulsou uma legião de demônios de um endemoninhado.

Uma mulher foi curada instantaneamente de uma hemorragia que a assolara por anos.

Uma garota de doze anos, a filha de um governante judeu, ressuscitou dos mortos.

Ao operar tais milagres, Jesus disse àqueles a quem libertou: A tua fé te salvou.

Jesus volta à Sua terra para estar no meio da Sua própria gente, incluindo a Sua própria família, mas encontra ali o pior tipo de incredulidade.

Ele é completamente rejeitado pelos seus concidadãos. 

E por causa desta incredulidade Jesus pouco fez diante daquele povo:

5  Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6  Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar (Mc 6.5-6).

O povo de Nazaré certamente ouvira a respeito dos grandiosos milagres de Jesus. 

Entretanto, para eles, tais coisas aconteceram em outras cidades, em outros locais, em outras comunidades, e não em Nazaré, afinal, Ele viverá por trinta anos ali e nunca havia acontecido nada, porque Jesus era um cidadão comum em Nazaré.

E qual é o resultado diante da incredulidade daquelas pessoas? Jesus retém o Seu poder! Deus não age diante da incredulidade!

A – É a cruz da rejeição


A cruz da incredulidade é a cruz da rejeição.

Na cruz da direita estão representados todos aqueles que rejeitam a salvação providenciada por Deus através do sacrifício de seu Filho Unigênito.

Na cruz da incredulidade estão aqueles que não querem assumir compromisso com Deus e por causa disso o rejeita.

Na cruz da incredulidade estão aqueles que querem ser salvos pelos seus próprios meios, seguindo seus próprios caminhos, sem terem de abrir mão de nada, na cruz da incredulidade estão aqueles que querem ir para o céu, mas sem mudança de vida. 

Nós rejeitamos a Deus quando recusamos a Sua oferta de salvação.

A parte mais triste da história desse ladrão que estava crucificado ao lado de Jesus, é que ele se perdeu tendo a salvação bem ao seu lado.

Esta também é a situação de muitas pessoas que vivem no meio do Evangelho.

Frequentam as igrejas, ouvem a Palavra de Deus nos cultos, mas não tomam uma decisão séria de seguir a Cristo, não tem uma entrega total a Cristo, sempre deixam reservas e isso também é uma forma de rejeição.

B – É a cruz daqueles que não aproveitam as oportunidades

Na cruz da incredulidade estão aqueles que deixam as oportunidades passarem porque acham cedo demais para se envolverem com Deus.

São aqueles que deixam para se decidirem depois, que deixam para amanhã o primordial, o essencial para suas vidas de pecados.

Lá no Calvário, havia um homem pendurado em uma cruz, ao lado de Jesus, que morria sem fé, que morria sem esperança e que morria sem aceitar a salvação de Deus.

O fato é que este homem tivera a mesma oportunidade que o daquele que está a esquerda de Jesus, mas ele não a aproveitou, e morreu completamente perdido sem alcançar a salvação de sua alma.

Ele estava interessado apenas na salvação de seu corpo.

Um fim trágico de perdição eterna, sem Deus, sem salvação, sem o gozo da vida eterna, fora dos portais do céu com Cristo.

Tem muita gente boa neste mundo com atitudes iguais ao ladrão daquela cruz, sem arrependimento, não obstante estar no fundo do poço, mas preferem continuar cavando e se afundando cada vez mais em seus pecados ao invés de se arrependerem e se converterem a Cristo.

A incredulidade também é pecado, e é o mais horrível de todos os pecados.

 

2 – A CRUZ DA ESQUERDA: A CRUZ DA FÉ

À esquerda havia outra cruz com outro homem, outro ladrão, mas com outra atitude, não de rejeição, não de zombaria, mas de alguém que percebeu que a sua última oportunidade estava passando e ele resolveu não perdê-la.

Aquele homem dizia: 40  Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? 41  Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.42  E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.

Aquele homem reconheceu o que as autoridades do povo não reconheceram: a inocência de Jesus.

A – É a cruz do arrependimento

A cruz da fé é a cruz do arrependimento.

O que é arrependimento? Arrepender significa mudar de ideia.

Arrependimento verdadeiro resulta em uma mudança de comportamento.

Arrepender-se, em relação à salvação, é mudar sua convicção sobre Jesus Cristo.

É impossível colocar nossa fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito.

Aquele ladrão mudou.

Imagine como estas palavras devem ter tocado o coração de Jesus.

Em meio a tanta zombaria e rejeição, diante de tanto escárnio e irreverência, alguém o chama de Senhor e busca a sua salvação, a salvação de sua alma e não de seu corpo.

Agora sim merecia uma resposta e Jesus a dá com todo o Seu amor que tem pelo pecador.

43  Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

Esta era a última oportunidade de arrependimento para aquele homem e ele não a perdeu, não adiou a sua decisão.

Ele se arrependeu e creu em Jesus.

Mas há algo mais que precisa ser feito além do arrependimento.

B – É a cruz da confissão  

Aquele homem não somente se arrependeu como também confessou os seus pecados.

Não suportou o peso da consciência e disse: 41  Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.

Aquele homem raciocinou sobre sua vida de pecado e chegou à conclusão de que merecia a pena que recebera.

Ele aceitava e reconhecia a pena de seus crimes, mas não estava preparado para a morte.

Devemos confessar os nossos pecados a Deus para recebermos o perdão. A Bíblia diz:

8  Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.

9  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).

A confissão aqui é feita pelo cristão ao Pai, com ajuda do Advogado Jesus Cristo.

Aquele homem não podia ir à sinagoga para confessar os seus pecados, não podia procurar aqueles de quem furtara para pedir perdão.

Não podia ser batizado. Nada podia fazer nada senão exercer a fé, e fé em Deus.

E isto ele fez, e graças a esta atitude ele foi salvo.

C – É a cruz da esperança

A cruz da fé é a cruz da esperança.

O ladrão esperou ansioso por uma resposta que veio imediatamente após a sua decisão.

Jesus não responde a incredulidade, mas responde imediatamente à fé. Jesus lhe respondeu:

43  ... Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

E em função de ter crido, o ladrão convertido recebeu a certeza da vida eterna.

Naqueles últimos momentos de sua vida ele recebeu o perdão de todos os seus pecados e a certeza da salvação.

Basta que você se arrependa, confesse os seus pecados e creia em Jesus como Salvador da sua vida, para ser perdoado e ter a vida eterna.

3 – A CRUZ DO CENTRO: A CRUZ DA SALVAÇÂO

A palavra cruz se refere à doutrina de que Cristo morreu pelos pecadores sobre a cruz e a cruz aponta para Cristo como o único Salvador dos homens.

Esta é a cruz do centro, a cruz da salvação.

A – A cruz do Cordeiro de Deus

A cruz do centro era a cruz exclusiva do Cordeiro de Deus.

Aquela cruz, a cruz do centro, não poderia ser de outro a não ser de Jesus, o Unigênito de Deus.

Somente Ele poderia ocupar aquele lugar.

Quando João Batista viu a Jesus pela primeira vez disse:

29  No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)!

B – A cruz da substituição

Quem estava na cruz do centro estava substituindo a mim e a você.

Por que Jesus?  Por que Ele teve que morrer?

Quem deveria estar lá era eu, era você, era somente aqueles dois ladrões.

Mas nenhum outro poderia nos substituir a não ser Jesus. A Bíblia diz que:

21  Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2 Cor 5.21).

22  Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão (Hb 9.22).

Ele se fez pecado por nós.

Isto significa que, na cruz, Deus contemplou, e por isso julgou o seu Amado Filho, como nosso Fiador e Intercessor, que pagaria por nossas más obras e por nossa má natureza.

Aquela cruz não podia ser de outra pessoa que não fosse o Senhor Jesus.

A mãe de Jesus não poderia ocupá-la, nenhum irmão de Jesus poderia ocupá-la, nenhum discípulo de Jesus poderia ocupá-la, mas tão somente o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.

Isso porque fora somente Jesus quem sofreu todas as dores, todas as agonias, as angústias, a tortura, a condenação injusta e todo tipo de humilhação.

Foi Jesus quem sofreu as bofetadas dos soldados romanos, sua zombaria colocando uma coroa de espinhos em sua cabeça e até a execução entre dois malfeitores.

C – É a cruz da justificação

A cruz do centro é a cruz da justificação dos pecadores.

Jesus Cristo morria para pagar o preço dos nossos pecados e nos tornar justos diante de Deus. É a cruz da justificação e da restauração.

Ele se tornou o elo entre Deus e os homens.

O pecado trouxera a separação, a ruína e a morte.

Jesus Cristo restabeleceu a ligação entre o céu e a terra, fazendo com que o homem e o seu Deus pudessem estar reconciliados e unidos novamente.

Na cruz central, Jesus Cristo morria como oferta pelo pecado.

Na cruz da esquerda, um ladrão morria para o pecado. E na cruz da direita, outro ladrão morria, mas em seus pecados.

Conclusão

No Calvário, onde havia três cruzes, em duas delas dois homens lutavam em seu interior.

Um aceitou a salvação, entregando-se a Jesus.

Outro, por sua vez, rejeitou a Cristo e perdeu a Salvação que lhe era oferecida. Aceite Jesus agora.

Você não sabe se terá outra chance de fazer isso. Amanhã pode ser tarde demais.

Cada um de nós é colocado hoje numa posição de escolha: ou aceitamos a salvação que nos é oferecida em Cristo ou rejeitamos este oferecimento.

Tudo depende de nossa escolha, e sobre nós repousam as consequências desta escolha, a vida eterna ou a perdição eterna.

Nunca foi tão urgente tomarmos esta decisão.

Se observarmos os acontecimentos atuais à luz da Bíblia, vamos entender claramente que Jesus está às portas.

Podemos ter a certeza de que o próximo acontecimento será a volta gloriosa de Jesus para buscar a sua Igreja.

Em breve ouviremos o toque da última trombeta, e veremos o sinal do Filho do Homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória.


No amor de Cristo,

Pr. Flávio Neres


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Eu Sei Que o Meu Redentor Vive

  Texto base: Jó 19:25 (NAA) "Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra." Introdução — A ...

Política de Privacidade Política de Cookies