AS TRÊS CRUZES DO CALVÁRIO
Lucas 23.33-43
Introdução - Quando
viajamos pelas estradas, constantemente vemos cruzes fixadas as beiras das
rodovias.
Cruz lembra morte e hoje
vamos conversar sobre as três cruzes do Calvário.
Depois de enfrentar um
julgamento injusto, de ser maltratado pelos soldados, subjugado pelas autoridades,
sempre acompanhado por aquela multidão que contemplou seus milagres e suas
curas, Jesus chega ao monte chamado Calvário e ali o crucificam com mais duas
pessoas.
A cena do Calvário tinha
três cruzes: do lado direto um ladrão, no meio Jesus e do lado esquerdo outro
ladrão.
Havia ali naquele lugar
três cruzes. O que elas podem significar?
1 – A CRUZ DA DIREITA: A CRUZ DA
INCREDULIDADE
As palavras daquele homem,
crucificado a direita de Jesus, não eram palavras consoladoras e nem palavras
de arrependimento. 39 Um dos malfeitores
crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te
a ti mesmo e a nós também.
Ele não queria salvar a sua
alma, queria tão somente salvar o seu corpo daquela cruz, algo que somente
aconteceria por um milagre.
Aquele homem, naquele
momento de sua vida, ainda estava agindo com incredulidade.
A incredulidade sempre olha
para as circunstâncias, para os obstáculos e não para Deus.
Aquele homem estava apenas
olhando para a situação de crucificado e pensando em uma forma de se safar
daquela situação.
ILUST. Quantas
pessoas se aproximam de Jesus quando estão em crise, mas, somente para resolver
seus problemas.
Jesus não lhe deu qualquer
resposta. Deus não age diante da incredulidade.
E temos um exemplo disso
que é a cidade de Nazaré, a cidade em que Jesus Cristo viveu:
1 Tendo
Jesus partido dali, foi para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam. 2 Chegando o sábado,
passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo:
Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se
fazem tais maravilhas por suas mãos?3 Não é este o carpinteiro,
filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós
suas irmãs? E escandalizavam-se nele (Mc 6.1-3).
No contexto desta passagem
Jesus operou milagres maravilhosos.
Ele expulsou uma legião de
demônios de um endemoninhado.
Uma mulher foi curada instantaneamente
de uma hemorragia que a assolara por anos.
Uma garota de doze anos, a
filha de um governante judeu, ressuscitou dos mortos.
Ao operar tais milagres,
Jesus disse àqueles a quem libertou: A tua fé te salvou.
Jesus volta à Sua terra
para estar no meio da Sua própria gente, incluindo a Sua própria família, mas
encontra ali o pior tipo de incredulidade.
Ele é completamente
rejeitado pelos seus concidadãos.
E por causa desta
incredulidade Jesus pouco fez diante daquele povo:
5 Não
pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as
mãos. 6 Admirou-se
da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar
(Mc 6.5-6).
O povo de Nazaré certamente
ouvira a respeito dos grandiosos milagres de Jesus.
Entretanto, para eles, tais
coisas aconteceram em outras cidades, em outros locais, em outras comunidades,
e não em Nazaré, afinal, Ele viverá por trinta anos ali e nunca havia
acontecido nada, porque Jesus era um cidadão comum em Nazaré.
E qual é o resultado diante
da incredulidade daquelas pessoas? Jesus retém o Seu poder! Deus não age diante
da incredulidade!
A – É a cruz da rejeição
A cruz da incredulidade é a cruz da rejeição.
Na cruz da direita estão
representados todos aqueles que rejeitam a salvação providenciada por Deus
através do sacrifício de seu Filho Unigênito.
Na cruz da incredulidade
estão aqueles que não querem assumir compromisso com Deus e por causa disso o
rejeita.
Na cruz da incredulidade
estão aqueles que querem ser salvos pelos seus próprios meios, seguindo seus
próprios caminhos, sem terem de abrir mão de nada, na cruz da incredulidade
estão aqueles que querem ir para o céu, mas sem mudança de vida.
Nós rejeitamos a Deus
quando recusamos a Sua oferta de salvação.
A parte mais triste da
história desse ladrão que estava crucificado ao lado de Jesus, é que ele se
perdeu tendo a salvação bem ao seu lado.
Esta também é a situação de
muitas pessoas que vivem no meio do Evangelho.
Frequentam as igrejas,
ouvem a Palavra de Deus nos cultos, mas não tomam uma decisão séria de seguir a
Cristo, não tem uma entrega total a Cristo, sempre deixam reservas e isso
também é uma forma de rejeição.
B – É
a cruz daqueles que não aproveitam as oportunidades
Na cruz da incredulidade
estão aqueles que deixam as oportunidades passarem porque acham cedo demais
para se envolverem com Deus.
São aqueles que deixam para
se decidirem depois, que deixam para amanhã o primordial, o essencial para suas
vidas de pecados.
Lá no Calvário, havia um
homem pendurado em uma cruz, ao lado de Jesus, que morria sem fé, que morria
sem esperança e que morria sem aceitar a salvação de Deus.
O fato é que este homem
tivera a mesma oportunidade que o daquele que está a esquerda de Jesus, mas ele
não a aproveitou, e morreu completamente perdido sem alcançar a salvação de sua
alma.
Ele estava interessado
apenas na salvação de seu corpo.
Um fim trágico de perdição
eterna, sem Deus, sem salvação, sem o gozo da vida eterna, fora dos portais do
céu com Cristo.
Tem muita gente boa neste
mundo com atitudes iguais ao ladrão daquela cruz, sem arrependimento, não
obstante estar no fundo do poço, mas preferem continuar cavando e se afundando
cada vez mais em seus pecados ao invés de se arrependerem e se converterem a
Cristo.
A incredulidade também é
pecado, e é o mais horrível de todos os pecados.
2 – A CRUZ DA ESQUERDA: A CRUZ DA FÉ
À esquerda havia outra cruz
com outro homem, outro ladrão, mas com outra atitude, não de rejeição, não de
zombaria, mas de alguém que percebeu que a sua última oportunidade estava
passando e ele resolveu não perdê-la.
Aquele homem dizia: 40 Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o,
dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? 41 Nós, na verdade, com justiça, porque
recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal
fez.42 E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no
teu reino.
Aquele homem reconheceu o
que as autoridades do povo não reconheceram: a inocência de Jesus.
A – É
a cruz do arrependimento
A cruz da fé é a cruz do
arrependimento.
O que é arrependimento?
Arrepender significa mudar de ideia.
Arrependimento verdadeiro
resulta em uma mudança de comportamento.
Arrepender-se, em relação à
salvação, é mudar sua convicção sobre Jesus Cristo.
É impossível colocar nossa
fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre
quem Ele é e o que Ele tem feito.
Aquele ladrão mudou.
Imagine como estas palavras
devem ter tocado o coração de Jesus.
Em meio a tanta zombaria e
rejeição, diante de tanto escárnio e irreverência, alguém o chama de Senhor e
busca a sua salvação, a salvação de sua alma e não de seu corpo.
Agora sim merecia uma
resposta e Jesus a dá com todo o Seu amor que tem pelo pecador.
43
Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso.
Esta era a última
oportunidade de arrependimento para aquele homem e ele não a perdeu, não adiou
a sua decisão.
Ele se arrependeu e creu em
Jesus.
Mas há algo mais que
precisa ser feito além do arrependimento.
B – É
a cruz da confissão
Aquele homem não somente se
arrependeu como também confessou os seus pecados.
Não suportou o peso da
consciência e disse: 41 Nós, na verdade,
com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este
nenhum mal fez.
Aquele homem raciocinou
sobre sua vida de pecado e chegou à conclusão de que merecia a pena que
recebera.
Ele aceitava e reconhecia a
pena de seus crimes, mas não estava preparado para a morte.
Devemos confessar os nossos
pecados a Deus para recebermos o perdão. A Bíblia diz:
8 Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a
verdade não está em nós.
9 Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).
A confissão aqui é feita
pelo cristão ao Pai, com ajuda do Advogado Jesus Cristo.
Aquele homem não podia ir à
sinagoga para confessar os seus pecados, não podia procurar aqueles de quem
furtara para pedir perdão.
Não podia ser batizado.
Nada podia fazer nada senão exercer a fé, e fé em Deus.
E isto ele fez, e graças a
esta atitude ele foi salvo.
C – É
a cruz da esperança
A cruz da fé é a cruz da
esperança.
O ladrão esperou ansioso
por uma resposta que veio imediatamente após a sua decisão.
Jesus não responde a
incredulidade, mas responde imediatamente à fé. Jesus lhe respondeu:
43 ...
Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
E em função de ter crido, o
ladrão convertido recebeu a certeza da vida eterna.
Naqueles últimos momentos
de sua vida ele recebeu o perdão de todos os seus pecados e a certeza da
salvação.
Basta que você se
arrependa, confesse os seus pecados e creia em Jesus como Salvador da sua vida,
para ser perdoado e ter a vida eterna.
3 – A
CRUZ DO CENTRO: A CRUZ DA SALVAÇÂO
A palavra cruz se refere à
doutrina de que Cristo morreu pelos pecadores sobre a cruz e a cruz aponta para
Cristo como o único Salvador dos homens.
Esta é a cruz do centro, a
cruz da salvação.
A – A
cruz do Cordeiro de Deus
A cruz do centro era a cruz
exclusiva do Cordeiro de Deus.
Aquela cruz, a cruz do
centro, não poderia ser de outro a não ser de Jesus, o Unigênito de Deus.
Somente Ele poderia ocupar
aquele lugar.
Quando João Batista viu a
Jesus pela primeira vez disse:
29 No
dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29)!
B – A
cruz da substituição
Quem estava na cruz do
centro estava substituindo a mim e a você.
Por que Jesus? Por que Ele teve que morrer?
Quem deveria estar lá era
eu, era você, era somente aqueles dois ladrões.
Mas nenhum outro poderia
nos substituir a não ser Jesus. A Bíblia diz que:
21 Aquele
que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos
feitos justiça de Deus (2 Cor 5.21).
22 Com
efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e,
sem derramamento de sangue, não há remissão (Hb 9.22).
Ele se fez pecado por nós.
Isto significa que, na
cruz, Deus contemplou, e por isso julgou o seu Amado Filho, como nosso Fiador e
Intercessor, que pagaria por nossas más obras e por nossa má natureza.
Aquela cruz não podia ser
de outra pessoa que não fosse o Senhor Jesus.
A mãe de Jesus não poderia
ocupá-la, nenhum irmão de Jesus poderia ocupá-la, nenhum discípulo de Jesus
poderia ocupá-la, mas tão somente o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.
Isso porque fora somente
Jesus quem sofreu todas as dores, todas as agonias, as angústias, a tortura, a
condenação injusta e todo tipo de humilhação.
Foi Jesus quem sofreu as
bofetadas dos soldados romanos, sua zombaria colocando uma coroa de espinhos em
sua cabeça e até a execução entre dois malfeitores.
C – É
a cruz da justificação
A cruz do centro é a cruz
da justificação dos pecadores.
Jesus Cristo morria para
pagar o preço dos nossos pecados e nos tornar justos diante de Deus. É a cruz
da justificação e da restauração.
Ele se tornou o elo entre
Deus e os homens.
O pecado trouxera a
separação, a ruína e a morte.
Jesus Cristo restabeleceu a
ligação entre o céu e a terra, fazendo com que o homem e o seu Deus pudessem
estar reconciliados e unidos novamente.
Na cruz central, Jesus
Cristo morria como oferta pelo pecado.
Na cruz da esquerda, um ladrão
morria para o pecado. E na cruz da direita, outro ladrão morria, mas em seus
pecados.
Conclusão
No Calvário, onde havia
três cruzes, em duas delas dois homens lutavam em seu interior.
Um aceitou a salvação,
entregando-se a Jesus.
Outro, por sua vez,
rejeitou a Cristo e perdeu a Salvação que lhe era oferecida. Aceite Jesus
agora.
Você não sabe se terá outra
chance de fazer isso. Amanhã pode ser tarde demais.
Cada um de nós é colocado
hoje numa posição de escolha: ou aceitamos a salvação que nos é oferecida em
Cristo ou rejeitamos este oferecimento.
Tudo depende de nossa
escolha, e sobre nós repousam as consequências desta escolha, a vida eterna ou
a perdição eterna.
Nunca foi tão urgente
tomarmos esta decisão.
Se observarmos os acontecimentos
atuais à luz da Bíblia, vamos entender claramente que Jesus está às portas.
Podemos ter a certeza de
que o próximo acontecimento será a volta gloriosa de Jesus para buscar a sua
Igreja.
Em breve ouviremos o toque
da última trombeta, e veremos o sinal do Filho do Homem vindo nas nuvens do céu
com poder e grande glória.
No amor de Cristo,
Pr. Flávio Neres
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